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Sobre dignidade

  • mvpluiza
  • 27 de abr. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 11 de set.



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Todos os seres merecem viver uma vida digna. Fico triste em saber que a maioria dos pets perdem esse direito no fim de suas vidas.

Com o avanço da Medicina Veterinária, cada vez mais conseguimos aumentar a qualidade e o tempo de vida dos nossos queridos companheiros.

Nós somos capazes de mantê-los livres de parasitas, evitar e curar doenças e dor durante a maior parte de sua jornada na Terra, com inúmeros recursos à nossa disposição e com uma tecnologia que evolui a olhos vistos.

No entanto, aqui no Brasil, ocorre um fenômeno que me preocupa e intriga. No final da vida de nossos pets ou na fase terminal de uma doença, eu sinto que a maioria dos veterinários abre mão dos recursos que possuem e voltam à Idade da Pedra, quando morrer era um ato final de intenso sofrimento e dor, pois não existia nada que pudesse abreviar o último suspiro. Só falam "não há mais o que fazer". O porquê de fazer isso eu não consigo entender. Hoje, muito se fala de "cuidados paliativos", mas é um tema para outro post muito em breve.

Atendo muitos animais que em seus dias ou meses finais vivem sem dignidade, evacuando e urinando em si mesmos, andam se arrastando e criando feridas, muitos cegos e já surdos também. Por mais que o tutor faça os cuidados, tente manter o animal em um ambiente limpo, é impossível ter esse controle 24 horas por dia, pois as pessoas precisam trabalhar, precisam passar horas fora de casa e existem coisas que estão fora de nosso controle. Um animal em fim de vida, cego, surdo, com fraqueza muscular, demência, precisando ficar horas sozinho em casa, é muito perigoso. Podem acontecer e acontecem tragédias. Já ouvi muitos relatos.

Nenhum ser vivo gosta de ficar em seus próprios excrementos, seu instinto só grita que está atraindo predadores pelo odor. O mau cheiro incomoda, a urina e fezes queimam. Nenhum ser gosta de viver na escuridão da cegueira, no silêncio da surdez, ou ter a perda de suas liberdade de locomoção. Muitos veterinários acham que está tudo bem, afinal enquanto há vida, há esperança. Para mim é a negação da morte, do fim da vida.

Penso que nós interferimos na vida de nossos pets desde antes de seu nascimento, mas por incrível que pareça, na hora da morte, nós os deixamos na mão. Nos comportamos como pessoas irracionais, que negam a morte como uma criança ingênua, e viramos as costas aos nossos queridos companheiros. Quando os colocamos para dentro de nossas casas somos responsáveis por sua integridade e dignidade. Até o fim.

Me pergunto porque não interferir na hora da morte? O que existe de tão ruim em abreviar o sofrimento da maneira mais digna possível? Dormindo, ao invés de agonizando. Dormindo, ao invés de sentindo uma dor excruciante. São raros os animais que tem uma morte serena, de pura e natural velhice. Acontece, mas é raro. A maioria agoniza diante de nossos olhos, e não partem antes de deixar uma lembrança horrível de seus últimos dias.

Eu fico triste em saber que muitos tutores procuram ajuda para abreviar o sofrimento de seus amiguinhos queridos mas só recebem negativas. Foram obrigados a assistir e passar pelo sofrimento e agonia da morte "natural" de seus filhos de quatro patas, ou mesmo receber a notícia da internação de que seu bichinho partiu, sozinho, no frio de uma jaula.

Tenho muitas histórias tristes para contar, tudo por causa de uma crença besta e limitante, uma inversão de valores sobre a Eutanásia, e a falta de percepção sobre os sinais de fim de vida, sobre a terminalidade...



 
 
 

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